Marketing para Terceiro Setor – porque falamos tanto sobre isso?

As organizações do Terceiro Setor possuem desafios imensos. Não é simples trabalhar por uma causa, seja de alcance local ou nacional, enquanto se busca por sustentabilidade financeira. Falar sobre marketing para Terceiro Setor pode parecer menor, mas a verdade é que muitas das dificuldades encontradas no dia a dia das OSCs estão relacionadas a um problema que pode parecer menor, mas não é: a comunicação .

Diversas organizações não costumam divulgar os trabalhos que fazem, muito menos os resultados colhidos. E isto pode comprometer a sua sustentabilidade. Para ficar em um exemplo, o Relatório de Tendências Globais de Doações de 2018, organizado pela Nonprofit Tech for Good em parceria com diversas organizações e negócios sociais, mostra que 60% dos doadores entrevistados são mais propensos a doar repetidamente se receberem comunicação constante sobre as atividades da OSC e seus impactos.

Mas o que queremos mostrar hoje é que a dificuldade de criar uma comunicação eficaz é apenas o sintoma de um problema maior, o desconhecimento em relação aos princípios do marketing . Sim, você leu corretamente: marketing!

 

Apesar dele ter surgido num contexto puramente mercadológico – como o próprio nome atesta – o marketing é mais amplo do que simplesmente vender; ele é, na verdade, um poderoso aliado no processo de planejamento e gestão para as OSCs. 

Neste artigo vamos desmistificar alguns conceitos e tratar das várias formas do marketing: tradicional, social e digital, além de mostrar como organizações do Terceiro Setor podem, a partir disso, planejar sua comunicação.

Marketing tradicional e os 4 Ps

Num nível mais abstrato, a ideia de marketing – satisfazer necessidades e desejos de clientes – é antiga e data de séculos atrás. Porém, seu estudo moderno e científico é recente e só se desenvolveu com a sociedade do consumo de massas.

Neste contexto, uma das ferramentas de análise é o mix de marketing , também conhecido como os 4 Ps . Proposto pelo professor americano Jerome McCarthy nos anos 1960 e popularizado por Philip Kotler, os 4 Ps são um modelo funcional para melhor fundamentar as decisões de uma empresa no mercado. Acertar o equilíbrio entre cada um dos elementos permite que uma marca ressalte seus pontos fortes, e trabalhe para uma melhor competitividade.

1 – Produto

O mix começa com a correta definição do produto, que nada mais é do que aquilo que satisfaz as necessidades dos consumidores. Entram aqui explicações sobre as características do produto, soluções que ele propõe e seu ciclo de vida.

2 – Preço

O preço está ligado à geração de receitas. Por isso, deve-se alinhar bem a estratégia de precificação de um produto, que deve levar em consideração não somente custos, mas a percepção de valor que os consumidores têm sobre a empresa e a marca.

3 – Praça

A praça é definida no sentido amplo, como sendo a acessibilidade ao produto. Itens para planejamento incluem a logística, distribuição e conveniências para o consumidor.

4 – Promoção

Por fim, o elemento final é a promoção. Mas não no sentido de liquidação, mas de promover o produto. Como serão feitos os anúncios? Quais canais serãos utilizados? Qual a mensagem a ser passada?

Marketing social: novos horizontes

O mix de marketing tradicional é focado em produtos, já que vem de uma época em que a economia era impulsionada pelo consumo de bens duráveis e não-duráveis. Mas o sucesso do marketing como ferramenta de planejamento foi observado também por outros atores. Os governos viram nesta estratégia uma aliada para promover campanhas de educação e de saúde pública. Assim foi dado o pontapé para o marketing social .

Esta estratégia visa influenciar as pessoas para que elas mudem seu comportamento , não necessariamente para obter ganhos financeiros, e sim uma mudança que beneficie a sociedade. Originalmente em forma de campanhas antitabagistas e de planejamento familiar, hoje o marketing social é muito mais amplo e envolve todo o Terceiro Setor.

Mas não é por ser social que este tipo de marketing ignora os 4 Ps que vimos no tópico anterior. Pelo contrário, ele o utiliza ativamente, fazendo uma adaptação aos objetivos das organizações. Por isso, ele é uma ferramenta essencial para as OSCs.

O produto do marketing social é o comportamento humano, que é o que enseja a mudança social. O preço é o custo desta mudança para as pessoas, que pode ser atenuado pelas recompensas que o novo comportamento pode trazer. A praça do marketing social é onde se encontra o público-alvo, ou mesmo a sociedade em geral. E a promoção envolve mostrar os benefícios da mudança.

Marketing digital e os 8 Ps

Vivemos em um mundo que é, antes de mais nada, digital. As pessoas consomem produtos e informações primordialmente através de uma tela, seja pelo celular, computador ou outro dispositivo, e claro, estão sempre conectadas.

É neste mundo, onde a internet é soberana, que surge o marketing digital . Podemos entendê-lo, em linhas gerais, como uma adaptação dos objetivos do marketing tradicional para as novas ferramentas de comunicação: e-mail, mídias sociais, aplicativos e sites.

 

No livro Os 8Ps do Marketing Digital, Conrado Adolpho, escritor brasileiro, elabora uma estratégia de marketing que está de acordo com as premissas do mundo online. Veja como os Ps do marketing tradicional são repensados e ampliados:

 

1 – Pesquisa

Entender o que os consumidores querem, e quais o seus comportamentos online.

2 – Planejamento

Com o resultados das pesquisas em mãos, traçar as soluções que a empresa ou organização vai propor.

3 – Produção

Quais mídias digitais hospedarão seu conteúdo: redes sociais, sites, aplicativos?

4 – Publicação

Aqui se trata de utilizar as técnicas adequadas para publicar o conteúdo, buscando aparecer sempre bem posicionado em buscadores, como o Google.

5 – Promoção

Promover não é vender! A promoção consiste em associar informações úteis ao produto (ou causa), investindo em conteúdo de valor para o público-alvo adequado.

6 – Propagação

Anúncios pagos? Engajamento nas redes sociais? Faça com que os clientes compartilhem o conteúdo produzido.

7 – Personalização

As mensagens devem sempre chegar de acordo com a segmentação do seu público-alvo (e do canal selecionado).

8 – Precisão

Por fim, é importante medir os resultados de todas as campanhas digitais, procurando conhecer o retorno dos seus investimentos e onde estão seus acertos e seus erros.

Onde a comunicação entra nisso tudo?

Como vimos, o marketing – seja tradicional, social ou digital – é mais do que uma estratégia de publicidade ou de venda. Ele envolve um conhecimento profundo sobre o seu negócio ou sua organização e sobre o seu público-alvo, funcionando como um dos pilares para uma boa gestão.

E a comunicação é uma das ferramentas que fazem parte disso tudo. Lembra dos Ps do marketing digital que acabamos de apresentar? Quando falamos de comunicação, falamos diretamente do P de Promoção. Ao saber que mensagens fazem mais sentido para o seu público-alvo e que efeito você deseja que estas mensagens despertem nas pessoas, fica mais fácil criar conexões com a sua causa – e não apenas ficar com a sensação de que você está falando para o vazio.

Por isso, é essencial criar uma estratégia de comunicação que esteja alinhada ao planejamento de marketing de sua OSC. Além, é claro, de manter acesa a vontade de mudar o mundo!

Marketing para Terceiro Setor é nossa especialidade

Tem interesse em desenvolver estratégias de marketing para sua organização do Terceiro Setor? Vamos conversar!

Tablet displaying green stock chart on a wooden desk with blank paper and pencil.
9 de outubro de 2025
Quem está na gestão de uma organização da sociedade civil sabe: realizar um bom trabalho em campo já exige muito. Mas tão desafiador quanto executar um projeto é conseguir organizar os dados , gerar relatórios confiáveis e mostrar resultados com clareza . É aqui que muitas OSCs tropeçam. Não por falta de competência ou compromisso, mas por não terem as ferramentas certas. A gestão ainda depende de planilhas descentralizadas, relatórios manuais, dados perdidos entre e-mails e sistemas improvisados. O tempo que poderia estar sendo usado para expandir ações acaba sendo engolido por tarefas operacionais. E quando chega a hora de prestar contas faltam evidências estruturadas do impacto gerado. Isso mina a confiança, dificulta a captação e impede a organização de crescer. A verdade é que quem não mede, não melhora e quem não comunica com dados, não mobiliza. Mas não precisa ser assim. Com o avanço das tecnologias sociais, hoje já é possível transformar essa realidade: automatizar processos, centralizar informações, acompanhar indicadores em tempo real e profissionalizar a gestão, mesmo com equipes enxutas. Por que acompanhar indicadores de impacto é uma necessidade estratégica Em um cenário cada vez mais exigente, acompanhar os indicadores deixou de ser um diferencial e passou a ser um requisito fundamental para a sustentabilidade das organizações sociais. As expectativas por números concretos aumentaram. Financiadores, conselhos, parceiros e até o público geral buscam clareza sobre os resultados alcançados, a efetividade das ações e o uso dos recursos investidos. Nesse contexto, os indicadores cumprem um papel central. Eles não apenas sustentam a transparência e a prestação de contas, como também qualificam a gestão, orientam decisões e fortalecem o posicionamento institucional da organização. Além disso, dados estruturados geram insumos valiosos para a comunicação , potencializando a mobilização de pessoas e recursos de forma mais estratégica. Mais do que mensurar atividades, indicadores bem definidos e acompanhados permitem: Avaliar com precisão o alcance e a efetividade dos projetos Estabelecer metas realistas e observar a evolução ao longo do tempo Justificar investimentos e captar novos apoios com base em evidências Integrar gestão e comunicação de forma mais alinhada Para organizações que buscam profissionalizar sua atuação, crescer com consistência e gerar impacto real e reconhecido, a gestão orientada por dados é um caminho inevitável e altamente estratégico . Formas de automatizar o acompanhamento de indicadores Automatizar o acompanhamento de indicadores não significa necessariamente fazer mudanças radicais. Na prática, é possível começar com pequenas ações que, somadas, já geram economia de tempo e mais assertividade na gestão. Algumas formas comuns de iniciar esse processo incluem: Modelos padronizados de coleta de dados (em formulários online, por exemplo), que evitam retrabalho e perda de informações Dashboards simples , feitos com ferramentas como Google Data Studio ou Planilhas Google, que ajudam a visualizar a evolução de indicadores Relatórios automáticos por projeto , conectando bancos de dados simples a ferramentas de visualização Uso de plataformas especializadas , que integram diferentes áreas da organização (projetos, equipe, atendimento, impacto) em um só lugar A escolha da ferramenta depende da realidade de cada organização, volume de dados, número de projetos, tempo disponível da equipe e exigências de prestação de contas. O importante é saber que existem caminhos possíveis, mesmo com poucos recursos. E quanto mais cedo sua OSC começar a estruturar essa automação, mais fácil será escalar os resultados e comprovar impacto com consistência. Quando e como começar a usar tecnologia para acompanhar os indicadores da sua OSC Após entender a importância de medir o impacto e conhecer formas de automatizar esse processo, surge a pergunta prática: quando é o momento certo para começar a usar tecnologia? A resposta geralmente aparece no dia a dia: quando coletar dados manualmente, montar relatórios do zero e buscar informações em diferentes planilhas começa a tomar tempo demais e comprometer a qualidade das entregas. Se essa já é a realidade da sua equipe, é um sinal de que a tecnologia pode (e deve) entrar como aliada para facilitar o acompanhamento dos indicadores, sem precisar, para isso, de grandes estruturas ou equipes especializadas. Com o uso de plataformas pensadas para o terceiro setor, é possível: Centralizar dados de forma segura e acessível Acompanhar atualizações em tempo real Gerar relatórios completos com poucos cliques Reduzir o retrabalho e apoiar decisões com mais agilidade e precisão Hoje, já existem soluções acessíveis , inclusive para organizações de pequeno e médio porte, que tornam essa transição viável e leve. Uma delas é a Bússola Social , utilizada por diversas OSCs no país como ferramenta para organizar informações, sistematizar evidências e comunicar o impacto de forma mais estruturada. O que considerar antes de adotar uma solução tecnológica Começar a usar tecnologia na gestão de indicadores não exige uma estrutura complexa, mas é importante dar alguns passos estratégicos para garantir que a ferramenta traga resultados reais para a sua organização. Alguns pontos que merecem atenção nesse processo: Mapeie os principais indicadores que fazem sentido para sua causa, seus projetos e seus financiadores Engaje a equipe , explicando os benefícios da mudança e garantindo que todas as áreas estejam alinhadas com os novos processos Revise os fluxos de coleta de dados , identificando o que pode ser simplificado ou padronizado Defina objetivos claros : o que sua organização quer com essa tecnologia? Otimizar tempo? Melhorar relatórios? Prestar contas com mais precisão? A tecnologia por si só não resolve os desafios da gestão. Ela potencializa o que já existe e, com os processos certos, pode transformar como sua OSC acompanha, analisa e comunica seu impacto. Uma solução pensada para o Terceiro Setor: conheça mais sobre a Bússola Social Se a sua organização está pronta para dar esse próximo passo e profissionalizar a gestão dos indicadores , vale conhecer ferramentas criadas sob medida para a sua realidade. A Bússola Social é uma plataforma brasileira desenvolvida para facilitar o monitoramento de projetos, a coleta de dados e a geração de relatórios de impacto. Ela já é utilizada por mais de 1000 (mil) OSCs, de diferentes portes e causas, em todo o país. Na prática, a plataforma permite: Cadastrar e acompanhar metas por projeto ou território Visualizar indicadores em tempo real, em dashboards intuitivos Armazenar evidências (como fotos, relatos e documentos) com segurança Produzir relatórios completos e personalizáveis para prestação de contas A proposta da Bússola não é sobre tecnologia pela tecnologia, mas sim sobre colocar dados a serviço do impacto , tornando a gestão mais simples, confiável e eficiente. E por meio de uma parceria com a BC Marketing , organizações da nossa rede têm acesso à plataforma com implantação gratuita e suporte especializado para começar. Essa é uma forma concreta de adotar tecnologia com menos barreiras e mais apoio, fortalecendo a gestão de projetos e a comunicação do impacto que sua organização já realiza todos os dias. Transforme a forma como sua OSC coleta, analisa e comunica impacto Profissionalizar a gestão de indicadores não é apenas uma questão operacional, mas sim uma escolha estratégica para garantir sustentabilidade, transparência e relevância no longo prazo. Adotar tecnologia nesse processo significa transformar como sua organização impacta, fortalecendo a confiança de quem apoia e abrindo caminho para novas oportunidades. Se sua equipe está pronta para esse passo, a Bússola Social pode ser uma aliada nesse processo e, por meio da parceria com a BC Marketing , você pode começar com apoio técnico e já otimizando seus recursos com a implantação gratuita . Quer saber como isso funcionaria na prática para a sua organização? Clique aqui para acessar a página da parceria e agendar sua demonstração gratuita.
Hands around a laptop screen displaying data charts, next to a notebook, phone, and coffee cup.
19 de setembro de 2025
Descubra como transformar os US$ 10 mil do Google Ad Grants em resultados reais. Acesse o kit completo e acessível, feito para organizações do terceiro setor.
Five people working at a round table with laptops, phones, and notebooks. One is holding a phone.
20 de agosto de 2025
Descubra como o Google Tag Manager pode transformar a gestão digital da sua ONG, com mais agilidade, autonomia e impacto social.
Person typing on a laptop displaying graphs, sitting at a wooden desk.
Por hannah 30 de maio de 2025
Neste artigo, descubra como usar o Google Analytics 4 para aumentar o impacto das campanhas da sua organização!
Woman with megaphone protests, raising fist, other protestors blurred in background.
Por Hannah Dias 30 de maio de 2025
Neste artigo, descubra quem são os comunicadores de causa e como aplicar seus aprendizados na comunicação para impacto social da sua organização!
Two people reviewing charts and graphs at a desk. One points to a chart, sunlit.
Por hannah 30 de maio de 2025
Descubra como criar relatórios de comunicação eficazes em ONGs. Veja quais métricas acompanhar, como analisar resultados e usar ferramentas para melhorar o impacto das campanhas.
Por hannah 30 de maio de 2025
Sua ONG merece ser vista e apoiada. Entenda como ter um site pode fortalecer sua causa, ampliar a captação e abrir novas oportunidades.
Grupo de pessoas sentado ao redor de uma mesa olhando para um laptop simulando um site para ONGs
Por BC Marketing 30 de abril de 2025
Sua iniciativa ainda não tem site? Entenda por que uma casinha digital pode transformar a sua ONG em potência de impacto real.
Um monte de caixas com a palavra google nelas
Por Érika BC 29 de abril de 2025
Evite os principais erros e transforme os $ 10.000 do Google Ad Grants em mais alcance, doações e impacto para sua OSC.
Uma designer segura um laptop nas mãos em um escritório para ilustrar o uso de Canva para ONGs
Por BC Marketing 29 de abril de 2025
Aprenda como usar o Canva no terceiro setor e crie materiais visuais incríveis para sua ONG com agilidade, estratégia e impacto social.